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Deutsches Kindermädchen über Erziehung in Brasilien anno 1881

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Ina von Binzer
Pseudonym: Ulla von Eck

Hauslehrerin in
Rio de Janeiro und São Paulo

schreibt Briefe in die Heimat
Veröffentlichung als Buch


Meine Romane
Freude und Trübsal
einer deutschen Erzieherin
in Brasilien

São Paulo, 29 de maio de 1882.


Minha querida e boa Grete,


Meus discípulos romanos são realmente muito mal educados e preciso recorrer a variados recursos pedagógicos para tratar com eles.
Não posso de modo algum deixar os dois meninos sozinhos, embaixo, trabalhando na sala de estudos, enquanto em cima dou lição de piano a Lavínia. [...]


Outro dia, Caius Gracchus – o pai dele sempre o chama pomposamente de “Gracho” – o menos dotado, embora o mais forte dos dois, jogou o irmão pela janela baixa do andar térreo enquanto este, aos berros, atirava pedras e areia para dentro; você bem pode imaginar o estado em que ficou meu quarto.


Os pais absolutamente não se incomodam com o comportamento das crianças e talvez isso esteja dentro dos “métodos” republicanos adotados pelo Sr. Costa. Os três mais velhos foram entregues inteiramente à minha direção mental e os “patrícios” mais moços são bem ou mal tratados pelas pretas, conforme lhes dá na veneta.


Vi há dias o menino Mucius, logo em seguida ao banho, completamente nu, correndo pelo jardim. Raramente encontro a mãe do Gracchus, como a corajosa nadadora Clélia, senão em toilette sumária.


A brasileira, nas grandes reuniões ou na rua, é tanto mais o que os ingleses chamam de dressy, quanto são primitivas suas roupas caseiras. Mesmo as senhoras mais distintas andam em casa com as tranças soltas, saias de chita sem cintos e largos paletós.


Durante os dias de calor, isso pode ser muito agradável; mas nos meses mais frescos, se não usam roupa mais quente, é apenas por preguiça, pois seriam mais apropriadas e bem fáceis de suportar.
Os vestidos de lã ficam pendurados no armário ou menos nem existem. Em casa usa-se algodão, e na rua tecidos laváveis mais finos e muita seda. Acham que os vestidos de lã não são tão asseados porque não podem ser lavados todas a semanas.


Sabe, Grete, em questões de asseio e ordem, estes brasileiros possuem idéias bem extravagantes… Tomam banho constantemente, a maioria todos os dias, mas assim mesmo muitas crianças e adultos não apresentam pescoço e orelhas impecáveis; trocam a roupa de baixo e os vestidos seguidamente, mas não raras vezes estão ambos rasgados ou mal cuidados! [...]


Por isso, os brasileiros vingam-se, contando a anedota de um alemão que, no seu segundo dia de permanência numa casa, respondeu indignado, quando lhe ofereceram um banho como no primeiro dia:
“não! Não sou assim tão porco que precise tomar banho todos os dias”. [...] Essas disputas inúteis não irão modificar de nenhuma forma os caracteres inatos influenciados pelo clima.


Pessoalmente, sofro com certas peculiaridades do país e a cima de tudo com o calçado. Aqui em casa nenhum sapato é engraxado. Você não faz idéia do trabalho e das astúcias de que fui obrigada a lançar mão, para prover a casa duma instalação de engraxate e conseguir uma preta com a capacidade de aproveitá-la na justa medida. Esta última condição ainda não representa até hoje uma vitória. O Sr. Costa manda envernizar os sapatos, o que é muito mais do agrado dos pretos, por ser mais fácil do que engraxá-los; Madame, em casa, usa chinelos e, na rua, sapatos rasos ou borzeguins bronzeados. Aqui, as senhoras não têm necessidade de boas e resistentes chaussures porque nos dias de mau tempo ficam em casa sossegadamente. As crianças andam com sapatos maltratados, isto é, com verdadeiros molambos que lhes caem dos pés, como o Plinius, por exemplo, que em duas semanas põe um sapato em pedaços. A reforma dos calçados aqui é desconhecida; usam-nos até se tornarem imprestáveis e depois são substituídos por outros novos. Não há bons sapateiros, mas somente lojas de calçados prontos, em sua maioria importados da França; assim, para os estrangeiros é muito difícil mandar consertar qualquer coisa, a não ser que se confie o serviço aos remendões ambulantes italianos que consertam sapatos diante das portas, como fazem na nossa terra os funileiros com as panelas.


O artesanato é pouco comum aqui, sendo raro encontrar-se entre os brasileiros um artesão; os poucos disponíveis são alemães, portugueses e italianos. Esta falha encarece demais a vida, pois só se podem adquirir coisas já feitas, sem se contar com a possibilidade de conservá-las à custa de ocasionais consertos e reformas. Acho que para um artesão esforçado o campo seria bastante compensador [...].


Pela primeira vez nestes últimos tempos regozijei-me com a falta de reparadores hábeis neste país.


Cassius e Plinius possuem cada qual o seu velocípede; o primeiro ganhou mesmo uma moderníssima bicicleta que o Sr. Costa mandou vir da Inglaterra para ele. Nesses veículos amaldiçoados os jovens romanos passam a vida fora das aulas, demonstrando-lhes tal apego que já chegaram a ponto de almoçar encarapitados nos tais velocípedes. Como os pais assistiram à cena impassíveis, achei melhor não interferir; mas o sossego das minhas refeições não aumentou na vizinhança das três ameaçadoras rodas do Plinius. Os momentos mais inquietantes eram aqueles em que ele voltava ao seu lugar depois de pequenas excursões de recreio em volta da mesa, realizadas nos intervalos de cada botado. Só levou uma severa repreensão quando esbarrou com tanta força na minha cadeira que quase me atirou com o rosto dentro do prato; mas depois o irritante veículo continuou com seus privilégios. Felizmente agora essa coisa odiosa está quebrada; enquanto escrevo no meu quarto aqui embaixo, apenas a bicicleta grande está rodando sobre minha cabeça, lá em cima, na sala de jantar, porque por estar chovendo o Gracchus se exercita dentro de casa. É uma verdadeira salvação!


Contei isso a Mr. Hall, outro dia, e ele me disse que conhecia entre os seus operários alguém que seria capaz de consertar os velocípedes; mas, em consideração aos meus nervos, não o revelaria se lhe pedissem auxílio. Foi muita gentileza de sua parte; você não acha, Gretele? Por uma carta da irmã, que me deu para ler, descobri que se chama George.


[...],


a sua Ulla.


Ina von Binzer, Os meus romanos: alegrias e tristezas de uma educadora alemã no Brasil. Prefácio de Paulo Duarte e Apresentação de Antonio Callado. 6. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2004), pp. 108-111.


Interessante die Beobachtung an anderer Stelle, daß die Afrikanerinnen gern als Amme beschäftigt werden.
Wie mir selbst erzählt wurde, wurden die Säuglinge der weissen wohlhabenden Bevölkerung bewußt nur mit Brustmilch ernährt, welche als letzter Rest in den Busen verblieben war.
Die frische Erstzapfung galt als ungesund und war den schwarzen Neugebornen vorbehalten.


Das Gesetz, allen Kindern eines Haushaltes -also den eigenen und den Kindern der Sklaven- Lesen und Schreiben beizubringen, blieb [DLMURL="http://www.brasilwiki.com.br/noticia.php?id_noticia=7237"]in Brasilien bis auf 10 Familien als Ausnahme[/DLMURL] ohne Folge.


Weil die schwarzen Kindermädchen gerne Märchen erzählten, verwandelte sich der Klang der Sprache des Portugiesischen in die gezuckerte Aussprache des Brasilianischen

Quelle:
[DLMURL="http://flanelapaulistana.com/2009/01/sao-paulo-455-anos-ina-von-binzer/"]Flanela Paulistana[/DLMURL]
Obrigado, Danke


und
[DLMURL="http://www.cadernosdapedagogia.ufscar.br/index.php/cp/article/viewFile/58/51"]Caderno Pedagogia[/DLMURL]
Hefte zur Pädagogischen Ausbildung
von
Larissa Mendes Gontijo Dornfeld

Schlußfolgerung:
Deutsche waschen sich nicht gern, stinken vermutlich wie Schweine....


Kurios:
"Lavinia" & "Gracchus"...... heißen zwei meiner Geschwister.
Julius Gracchus wurde aber nicht Gracho (wie der Schützling in Brasilien) sondern Dschussi gerufen... Zufälle gibt´s....



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[DLMURL="http://briefeankonrad.blogspot.com/2011/02/deutsches-kindermadchen-aus-lauenburg.html"]Weiterlesen...[/DLMURL]
 
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